FLAVIO POLYCARPO: TIJUCANO É DESTAQUE NO CARNAVAL HÁ 29 ANOS

Não importa o enredo da escola de samba. O carioca Flavio Polycarpo, de 48 anos, está sempre pronto para transformar em realidade o sonho dos carnavalescos por meio de suas esculturas. Uma tarefa árdua, que lhe custa muitas noites de sono, mas que é plenamente recompensada quando a escola entra na avenida. Ali todo o trabalho de Flavio e de sua equipe ganha vida. Para 2019, ele estará produzindo as esculturas dos carros alegóricos da Acadêmicos do Viradouro e da Estação Primeira de Mangueira.   

A verdade é que a trajetória do escultor Flavio Polycarpo se confunde com a história do carnaval. São 29 anos desde sua estreia, em 1989, quando foi convidado para trabalhar no atelier Getúlio Barbosa. De lá para cá, soma inúmeros trabalhos que foram destaques nos desfiles das escolas do Rio de Janeiro, de São Paulo e, mais recentemente, de Joaçaba, em Santa Catarina.

Nesse longo período, além de prestígio, Flavio ganhou muitos amigos. Um deles é o carnavalesco Max Lopes, que, em 1991, o levou para chefiar a equipe de escultura da Viradouro. Na escola de Niterói, teve seu talento reconhecido e recebeu o prêmio de revelação dentre os profissionais do carnaval. Em 1999, Flavio foi apontado pela Veja Rio como um dos cem cariocas que iriam dar o que falar no século 21. Dito e feito! Ele já coleciona seis títulos apenas nas escolas de samba do grupo Especial do Rio de Janeiro: três na Unidos da Tijuca, dois na Mangueira e um na Vila Isabel.

A rotina de Flavio não é nada fácil. Cerca de oito meses antes do carnaval, já está diariamente no barracão das escolas debruçado sobre suas esculturas. Todo o trabalho precisa ficar pronto a tempo de receber a pintura e as finalizações necessárias para a hora do desfile.

“A minha função é transformar a ideia do carnavalesco, ou seja, fazer as esculturas de acordo com o enredo, seguindo o que ele idealiza e no tamanho correto para compor o carro alegórico. A parte mais difícil é justamente entender a cabeça do carnavalesco, saber a sua proposta para o desfile”, explica. “O momento mágico é ver o seu trabalho bem recebido na avenida. Ver o público vibrando e apontando para as suas esculturas… É muito gratificante reconhecer o espanto pelo inesperado no rosto de cada um nas arquibancadas e camarotes”, acrescenta.    

Com formação acadêmica na Escola de Belas Artes da UFRJ, época em que só tinha olhos para Michelangelo e El Greco, Flavio iniciou sua carreira, em 1985, executando cenários para o teatro amador. Também já fez trabalhos para comerciais de televisão, filmes e programas de auditório, como o Show da Xuxa, Angélica, Os Trapalhões e TV Colosso.

Atualmente, além das esculturas de carnaval, sua empresa, a Polyscultura, atua no segmento de festas, especialmente as de 15 anos, para as quais confecciona todos os tipos de escultura e bolos cenográficos. “Cada novo trabalho é um desafio, porque é um público diferente daquele do carnaval. Mas fico feliz de estar sempre concretizando sonhos”, finaliza.

18 de outubro de 2018

Sempre Assessoria de Comunicação