Flavio Polycarpo

Nascido no bairro do Andaraí e criado em Piedade, zona norte do Rio de Janeiro, Flavio Polycarpo, filho de seu Flavio e de dona Maria José, descobriu sua vocação bem jovem, quando estudava no colégio Visconde de Cairu, no Méier. Ali iniciou sua carreira criando painéis para o teatro amador. Tornou-se, então, um artista plástico reconhecido por sua sensibilidade e técnica apurada. Em 2020, completou 35 anos de uma bem-sucedida trajetória profissional.

O talento, no entanto, não é genético. O carioca Flavio conta que não herdou a habilidade artística da família. O incentivo veio de seus professores, que sempre estimularam a prática do desenho. No Ensino Médio, por exemplo, chegou a ganhar uma prancheta do professor José Aureo Vilhena, de História e Teatro, de quem se recorda até hoje. 

Em 1989, por uma necessidade de mercado, foi convidado pelo diretor de adereço da Mocidade Independente de Padre Miguel, Geraldinho, para produzir esculturas de carnaval no Atelier Getúlio Barbosa. Aceitou o desafio e começou a fazer pequenas peças. Mas logo o seu talento foi percebido pelo carnavalesco Max Lopes, que o levou para chefiar a equipe de escultura da Viradouro.  

Na escola de Niterói, teve seu talento reconhecido e recebeu o prêmio de revelação dentre os profissionais do carnaval. Em 1999, Flavio foi apontado pela Veja Rio como um dos cem cariocas que iriam dar o que falar no século 21. Dito e feito! Ele já coleciona oito títulos apenas nas escolas de samba do grupo Especial do Rio de Janeiro: três na Mangueira, três na Unidos da Tijuca, um na Viradouro e um na Vila Isabel.

Perfeccionista e exigente com suas obras, Flávio é um artista versátil. Na Polyscultura, empresa que criou em 2015, ele e sua equipe atendem, além das escolas de samba, encomendas para festas temáticas e eventos. Também tem peças espalhadas em exposições permanentes pela cidade, como a do Forte de Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.  

A rotina de Flavio fica dividida entre o trabalho e a vida em família, com a esposa Katia e a filha Ana Flavia, ambas acostumadas com seu dia a dia agitado por conta de sua atividade profissional. Cerca de oito meses antes do carnaval, ele já está diariamente no barracão das escolas debruçado sobre suas esculturas para aprontar tudo a tempo das obras receberem a pintura e as finalizações necessárias para a hora do desfile. Também produz as peças para o baile do Copacabana Palace, outra tarefa que lhe dá muito orgulho. 

“O momento mágico é ver o seu trabalho bem recebido na avenida. Ver o público vibrando e apontando para as suas esculturas… É muito gratificante reconhecer o espanto pelo inesperado no rosto de cada um nas arquibancadas e camarotes”, comenta Flavio, que frequentou a Escola de Belas Artes da UFRJ.

Assista ao vídeo de Flavio Polycarpo esculpindo em seu ateliê: